Valorizando os escritores da minha terra, leia-se Araranguá - Santa catarina, vou publicar aqui no meu blog a matéria jornalística que fiz sobre o livro "Sujeitos Esquecidos Sujeitos Lembrados" do autor Antônio César Sprícigo.
Do mestrado
surgiu a ideia de levantar a história dos escravos na freguesia de Araranguá no
século XIX (19). Foi o que ocorreu com o professor de História e Geografia do
Colégio Murialdo e Castro Alves, Antônio César Sprícigo. Com o livro “Sujeitos
Esquecidos Sujeitos Lembrados”, lançado em 2007, o professor trouxe a literatura
um assunto pouco comentando e até desconhecido da Cidade das Avenidas: a história
da escravidão na região Sul de Santa Catarina.
Tudo começou
no ano de 2000, quando Sprícigo começou a desenvolver o tema do mestrado. “Por
não ter obras na nossa região que vá discutir sobre isso e como os moradores
daqui, assim como eu antes de escrever este livro, não sabem sobre estes
escravos. Eu decidi seguir a recomendação do meu orientador do mestrado, de
pesquisar a historia da escravidão aqui.”, lembra.
A história da
escravidão no distrito de Araranguá, que começava em Laguna e terminava em Passo
de Torres, foi analisado por Sprícigo com base em documentos, como:
testamentos, inventários, carta de alforria, documentos de livramento, (quando
o escravo comprava a liberdade). “Documentos até hoje disponíveis no cartório
do Guizzo ou no fórum.”, lembra o professor.
O livro conta
com 196 páginas, sendo que o primeiro capítulo é uma pesquisa do escritor, no
qual pesquisou em diversos livros da região o assunto escravidão. “Foram
raríssimas as citações do assunto”, recorda. No segundo capitulo o professor
discute a questão dos escravos existirem na região sul, “Vou atrás de dados,
documentos para apontar onde eles viveram, como viviam e o que eles produziam.
Já no terceiro capítulo é a parte mais
legal, que mostra a luta dos escravos contra os senhores. Mostra as lutas que
eles tinham para ter a liberdade.”, relata.
Lembrados
Esquecidos
pelos escritores regionais, o livro traz a possibilidade cultural de saber melhor
sobre como funcionava o mercado de escravos na região sul, e ainda, comprova
aos mais céticos que neste local já existiu escravidão. “Eles não apareceram
nos livros devido aos escritores da época serem padres, alemães ou italianos,
que não citavam os índios e negros por não ter interesse nesta parte da
história.”, afirma.
Para escrever
a dissertação do mestrado e posteriormente o livro, o autor analisou 70
inventários e descobriu 200 escravos que viveram no período de 1866 a 1888 na
freguesia de Araranguá. Ele ainda relata que diferente do que é visto nas
novelas de São Paulo e Rio de Janeiro, em que os escravos moravam em senzalas e
eram acorrentados. Os escravos daqui viviam em locais construídos por eles ou
até moravam com os próprios senhores. “Até porque para construir um casarão e
uma senzala, precisava-se de muito dinheiro. Eram poucos os que tinham engenhos
assim.”, comenta.
Caros leitores, até a próxima resenha!
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