"O fim justifica os meios", a frase de Maquiavel pode ter sido deturpada durante o passar dos tempos, mas se ela pode ser usada em um contexto, com certeza serva para o livro The Host (A Hospedeira). Peg e Ian, Melanie e Jared, no fim, Stephenie Meyer conseguiu dar uma solução para o quarteto. Agradando aos leitores que torcem desesperadamente por um desfecho positivo para seus personagens favoritos.
"Um livro viciado", como diz o título desta resenha, é uma referência, nem um pouco pessoal, a escritora Stephenie Meyer. Ela mal terminou de escrever a saga Crepúsculo e já se aventurou em outra história que poderá futuramente se tornar uma trilogia, que já tem até possíveis nomes: The Seeker (O Buscador) e The Soul (A Alma). Apesar da história ser totalmente diferente de Crepúsculo, A Hospedeira tem muitas coisas em comum quanto a escrita.
A personagem principal, Peregrina, alienígena que ocupa o corpo de Melanie Stryder, tem muito em comum com as protagonistas de outros livros da autora, como a Bella Swan da saga Crepúsculo e Bree Tanner de A Segunda Breve Vida de Bree Tanner: Uma História de Eclipse. Todas as três são tímidas, ficam em silêncio quando todos ao redor esperam uma atitude delas e principalmente; não se valorizam como pessoas. Tanto Bella, Bree e Peregrina acreditam que morrer pelo bem maior, pelas pessoas que amam ou por apenas acharem que estão atrapalhando o andar da vida das pessoas seria o correto.
Na página 311 do livro temos um exemplo. "A voz de Kyle fez os meus dedos apertarem a beirada do meu catre e uma onda de pânico me percorrer. Minha perna doeu. Eu poderia ir embora mancando? Lentamente, talvez...", pergunta-se com medo Peregrina após Kyle, depois de tentar matá-la e estar ao seu lado na caverna de Doc, o médico. Ao invés de pedir ajuda a alguém e falar a verdade a todos sobre o que o irmão de Ian tinha feito, Peregrina ficou quieta e protegeu Kyle como ele fosse alguém que merece isso. Estas e outras atitudes da personagem durante o livro são características viciadas da autora Stephenie Meyer presentes em todos os livros em que escreveu.
Cena do filme |
Outro fator muito importante que observei no livro, lançado no Brasil pela editora Intrínseca, é o fato dele ser mal revisado. O tradutor Renato Aguiar e mais três revisores deixaram passar diversos erros de português, concordância verbal e de ponto e vírgula. Estes erros são notados na primeira edição comercializada no Brasil. A editora deveria fazer uma nova revisão caso lance uma nova safra dos livros nas bancas, o que deve ocorrer com o lançamento do filme do mesmo nome.
Outros itens abordados pela história é fazer o leitor pensar em como o ser humano é um 'animal', pois destrói a si mesmo e o planeta em que vive. É por este motivo que os alienígenas invadem a terra na história de Meyer. Almas são pacíficas e somente sobrevivem com um hospedeiro, sendo o motivo de invadirem os planetas. Porém existem humanos que não querem se entregar e se escondem da vista dos Buscadores (uma espécie de F.B.I do nosso mundo). A partir deste quesito desenvolve-se a história de A Hospedeira.
Stephenie Meyer |
O romance de Melanie e Jared é interrompido quando Melanie é capturada pelos buscadores. Mas a alma que é colocada no corpo acaba apaixonando-se pela família da humana e larga o mundo pacífico das almas e vai atrás dos humanos rebeldes.
Spoiler a parte, quem tem interesse de ler A Hospedeira, deve estar preparado para encarar 557 páginas. O livro é grande e maçante em muitas partes, pois a autora detalha cena por cena (quem leu Crepúsculo sabe) Mas o final da história justifica qualquer parte do livro, ou seja, o fim justifica os meios.
Estou louca para ver o filme!
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